quinta-feira, 21 de junho de 2007

Usando aplicativos Windows no Linux

Este tutorial ensina a melhorar a configuração do Wine para que ele possa rodar o máximo de programas possível. Retirado deste post criado pelo Larvitar no fórum do Guia do Hardware.


Artigo completo: X-Wine - Da instalação à configuração


O Wine é um aplicativo destinado a rodar os aplicativos Windows em sistemas Linux. Ele cria uma espécie de virtualização, onde o programa que está sendo executado “pensa” que está no Windows. Toda aquela estrutura, shell32.dll, kernel32.dll, tudo está no Wine. De fato, muitos programas do Windows funcionam muito bem no Wine.
Ele é uma ótima alternativa para a galera que ainda está começando no Linux, e ainda têm dependência de algum (ou alguns) programa (s) do Windows, ou mesmo profissionais que precisam de programas como o Photoshop ou DreamWeaver. E ele roda muito bem vários destes programas.
O Wine passou 13 anos como Alpha, foram tempos difíceis... Mas hoje, como Beta, as coisas melhoraram bastante. Basta você pegar o pacote referente à sua distro e instalar, ou compilar a partir do código fonte, não precisando mais de escolher o libwine, winetools, entre outras coisas chatas.
Aqui neste tuto ensinarei como instalar o Wine, instalar o X-Wine (que explicarei a seguir o que é) e configurá-lo. Não são procedimentos muito complicados (a não ser se você for compilar), de forma que um usuário iniciante no Linux é capaz de realizar sem problemas

Então, mãos à obra!!!


Instalando o Wine

A partir de um pacote
Essa é a forma mais simples (porém menos otimizada) de instalar o Wine. Basicamente, você pega um pacote pré-compilado para sua distro (Debian, Fedora, SuSE, Ubuntu...) e o instala.
Para conseguir baixar, você precisa ir na página de downloads do Wine: www.winehq.org/download
Selecione a sua distro na página e bom divertimento! O site diz os passos da instalação e realmente é uma mão na roda!
Pra galera que usa o Kurumin: que eu me lembre (faz tempo que eu não rodo ele) existe um ícone mágico que instala o Wine automaticamente, o que facilita bastante pro lado do usuário.
Pra galera que usa Resulinux (minha distro atual): Mais fácil que um ícone mágico é o Wine já “onboard” na distro, por isso no Resulinux o Wine já vem pré-instalado!


Compilando no braço
Caso você queira rodar algum programa mais pesado, um jogo, ou esteja tendo problemas com relação à velocidade de execução de programas através do Wine, você pode tentar usar esta opção. Nela você FAZ o seu Wine, especialmente construído para sua máquina. Não se preocupe, não exige nada de conhecimentos em programação. Na verdade é bem simples, exige poucos comandos.
Primeiro passo: As FLAGS!
Um dos segredos do Gentoo Linux ser tão rápido são justamente as Flags, que são as otimizações específicas para cada processador. Como ele é compilado inteiro, todas as áreas do sistema são otimizadas. Podemos fazer o mesmo com o Wine!!! Para tanto, dê uma lida no tópico Como compilar otimizando – Veja aqui!
Aplique as Flags, como ensina o tópico citado acima. Elas vão fazer a diferença do desempenho geral do Wine.
Agora vamos pra parte boa!
O Wine compila de um jeito diferente da maioria dos programas. Veja:
Código:
./configure --enable-opengl --enable-optimize=”coloque as CFLAGS aqui” --enable-optimizations=”coloque as CFLAGS aqui”
make depend
make
su (agora precisa se logar como root)
make install
OBS: Na parte em que está escrito “coloque as CFLAGS aqui”, você põe as CFLAGS entre as aspas. Essas CFLAGS são a segunda linha das Flags, no meu caso é “-03 -march=pentium4 -pipe”. É um passo importante, pois o ./configure já adiciona em vários pontos as otimizações, melhorando o desempenho do Wine.

OBS2: O Wine é um programa um pouco pesado para compilar. Se quiser compilar, é necessária uma máquina razoavelmente potente. Um Pentium 4 de 2GHz, Sempron 2400+ ou Celeron D de 2.53GHz ou equivalentes já dão conta do recado. É um processo demorado, portanto o ideal é deixar compilando enquanto tira uma soneca, ou está no trabalho... Demora cerca de 1 hora (a parte do make).
Para confirmar que está tudo instalado, digite o comando “winecfg” (sem aspas) e dê enter. Se abrir uma janelinha do Wine, significa que o programa foi instalado com sucesso!!! Agora vamos para próxima etapa!

OBS3:Caso você tenha problemas com os compiladores necessários para a tarefa da compilação do Wine, dê uma olhada nesse tópico: Resolvendo dependências de compilação, veja como! Ele dá uma importante dica, porém só funciona se você tiver o apt-get à mão...


X-Wine, o Wine turbinado

Pode ser baixado no box.net do meu blog no fim da página.
O X-Wine foi fruto das minhas características “fuçadoras”. Basicamente é o Wine com várias otimizações do CrossOver, seu irmão mais velho, e outras feitas por mim mesmo . O CrossOver é pago, e o X-Wine é “di grátis” .
Basicamente, o X-Wine aplica diversas bibliotecas, utiliza configurações meio secretas e realmente represanta um ganho perceptível!
As melhoras no desempenho do Wine com o uso do X-Wine são realmente consideráveis. Alguns programas rodam até muito mais rápido que no próprio Windows, tamanha é a gama de otimizações aplicadas nele! Além disso, é adicionada uma camada maior de compatibilidade! Ou seja, com o X-Wine você só ganha!!
Para instalá-lo você só precisa seguir os seguintes passos:
Entre no terminal (Konsole, Xterm ou Yakuake, tanto faz) e digite esses comandos:
Código:
mv x-wine_2.0a.tar.gz ~/.wine
cd ~/.wine
tar -zxvf x-wine_2.0a.tar.gz
winecfg
O último comando, “winecfg”, abre a janela de configuração do Wine, nos enviando para a próxima etapa: a configuração do Wine!


Configurando o Wine!

Tudo de bom na vida tem que levar algumas gotas de suor para se realizar. Com o Wine acontece parecido. Para utilizar com maior conforto o nosso querido Wine, teremos que alterar algumas coisinhas para deixá-lo bem ajustado:


Aba Aplications:
Essa aba agrupa as configurações relacionadas ao sistema emulado, e as exceções. Um exemplo seria um programa que só roda em Win95, e o seu Wine emula o Win2000. Para manter a compatibilidade com o tal programa, você simplesmente adiciona ele na lista, e escolhe lá em baixo “Windows 95”. Assim, o tal programa rodará como se fosse no Win95, e o resto dos programas rodarão normalmente na emulação do Windows 2000.


Aba Libraries:
A aba Libraries cuida da compatibilidade e otimizações relacionadas às DLLs. É nela que o X-Wine mais faz modificações, e também é ela que mais modifica a velocidade e compatibilidade do Wine. Geralmente não mexemos aqui, principalmente se você usa o X-Wine, pois as otimizações e adaptações já foram aplicadas. Apenas em alguns casos, onde é necessária alguma modificação para instalar algum programa específico. Mesmo assim, o X-Wine já previne vários desses problemas de incompatibilidade 8)


Aba Graphics:
Nessa aba você vê as configurações da emulação DirectX pelo Wine.
As opções mais relevantes para você alterar são:
Emulate desktop window: Em alguns casos, alguns programas executados em tela cheia simplesmente descontrolam totalmente a resolução de vídeo. Essa opção permite você emular uma janela onde o programa fica “preso”, sem risco dele bagunçar sua área de trabalho.


Vertex Shader support: (Hardware, emulated, none). Essa opção ativa ou não o processamento de Vertex Shader, além de determinar a forma com que elas são processadas (Hardware ou emulação). Logicamente, se você tem aceleração 3D no Linux, escolha “Hardware”. Se sua placa não suportar (placas SiS, por exemplo), o jeito é escolher “Emulated”, onde o trabalho cai sobre o processador, mas pelo menos você ainda tem suporte a esse recurso (mesmo que bem lentamente). Escolha “None” caso você não queira ativar o suporte.


Allow Pixel Shader: Dependendo da sua placa de vídeo e da velocidade do seu micro (se estiver ativada, fica mais lenta a execução dos jogos), você pode ativar ou desativar essa opção. Ela ativa o processamento de Pixel Shader, um recurso presente na maioria das placas de vídeo atuais, que permite alguns efeitos 3D extras.


Aba Desktop Integration:
Essa aba lhe permite instalar temas do Windows (para tornar mais agradável a interface dos programas), você pode ter mais detalhes aqui. E também escolher quais serão as pastas especiais (Minhas imagens, Minhas músicas, etc.).
Para escolher entre onde fica cada pasta especial, vá na categoria Shell Folder, clique na pasta a qual você quer personalizar o caminho, e clique em Link to:, e clique em Browse para escolher a pasta.
Exemplo: Quero que a pasta “Minhas imagens” no Wine indique a pasta /home/danilo/imagens. Então clico em “Minhas imagens” na categoria Shell Folder, marco “Link to:” e clico em Browse, escolhendo /home/danilo/imagens. Pronto, se um programa usaria a pasta “Minhas imagens” no Windows, agora ele vai usar a pasta que eu especifiquei


Aba Drives:
Esta parte do Wine trata do acesso do Wine às partições do disco, ao CD-ROM/DVD e ao drive de disquete. Com ela configurada corretamente, você acessa esses itens nos programas dentro do Wine transparentemente, como se realmente estivesse no Windows. Geralmente você não precisa especificar os pontos de montagem de nada, o Wine faz o trabalho automaticamente, basta clicar no botão “Autodetect...” e suas partições serão adicionadas!
Na verdade essa autodetecção lê o /etc/fstab, de forma que é realmente bem eficiente, dispensando a intervenção do usuário na maioria das vezes.


Aba Audio:
Essa aba cuida do acesso à placa de som pelos programas rodados no Wine. Aqui você deve escolher o seu driver de som preferido (ALSA, OSS ou Jack) e marcá-lo. Na Parte DirectSound (lá embaixo), você escolhe a taxa de amostragem, Bits per sample, etc. O ideal é você colocar tudo nos maiores valores.
Caso não saia áudio nos programas que rodam pelo Wine, verifique seu sistema de som. Se continuar com problemas, experimente marcar a opção “Driver emulation” para ver se funciona. Teoricamente o desempenho é diminuído, porém é aumentada a compatibilidade


Aba About:
Simplesmente mostra a versão do Wine, o site principal e algumas informações sobre a licença do Wine. É a única aba que não permite configurações


Bom galera, espero que gostem! Espero também que todos os programas Windows que vocês anseiam rodar no Linux possam funcionar perfeitamente!

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